quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Samba meu


Sou cria do samba
De sangue de bamba
Perfil de bacana
De gente malandra

Meu berço foi o terreiro
Com swing o dia inteiro
Meu brinquedo era o pandeiro
Precioso amuleto!

Introjetado na veia
O batuque, a cadência
Mas jamais a ausência
De uma arte faceira

Sambo sob o raiar do dia
Ou após o cair da noite
Pois o dormir da bateria
Faz do silêncio um açoite

Continuarei a sambar
Impossível parar
E se o corpo arredar
Sambarei mais um pouco pra descansar

Ta no pé, ta na mão
Da boca uma anunciação
A eternidade é uma afirmação
Traduzida no batuque do coração

                                                   [Thiago Braz]

P.S.: Dedicado a Lane e Edyy =]

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Um conquistador simplesmente complexo


Alguém que em sua miserável grandeza não passa de um ser humano passível ao erro. Real... Inevitavelmente se liberta ao pecar, um modelo nem tão exemplar assim... Uma farsa ambulante e estática, perfeitamente crível.
Deus medíocre que sorri quando sangra-lhe o coração: está vivo!
Um monstro escondido atrás de uma armadura reluzente de bondade, acreditando não ser tão mal, querendo ser incorruptível. Sua crença é tão forte, sua fé tão inabalável que talvez ele acabe sendo um herói de fato. Pois nem sempre se trata de quem você é, mas de quem você deseja ser.
Como todos, tem segredos, um lado obscuro que faz de tudo para não trazer ao toque revelador da luz. Contudo, só ele mesmo sabe até onde pode ir e o que deve fazer para tal. Se quiser ser uma pessoa melhor, nada poderá parar o veloz foguete no qual se tornará.
Sonhador que prefere acreditar, precisa crer num mundo menos doloroso; uma amálgama de devaneios, miscelânea de desejos santificados por pensamentos profanos.
Garoto que teme, homem que peca: pessoa; com uma napoleônica vontade de conquistar o mundo!
Um poeta que não cria poesia, apenas a vivencia e a sente e a inala e enxerga a beleza nas mais simples coisas! Aprendeu nos campos de batalha que quando és composto de uma alma dilacerada e um corpo estilhaçado, sua mente ainda jaz como uma morada longe de qualquer destruição...
 O que é a felicidade? Para ele esta deve ter gosto de chocolate; e se o que importa é a jornada e não o final, cada torta provada, bombom experimentado, bebida apreciada, ou seja lá o que for feito de tal presente do campo celeste valeu a pena. Enquanto não encontra a combinação ideal de chocolate com vida, resume-se a continuar a busca, ver a perfeição de cada dose imperfeita e ser feliz ao perceber que não pode esconder de si quem realmente é!
Caso a felicidade não exista, inventará a sua própria receita de ventura, deliciando-se dessa doce e amarga aventura que chamam o respirar, pois às vezes não há nada mais prazeroso do que a harmonia proveniente do caos!

                                                                                                                                         Thiago Braz